A manipulação craniana foi prática utilizada pelos ancestrais Egípcios e Indianos durante séculos. Contudo, no ocidente, a Terapia Sacro-Craniana (TSC) teve origem com William G. Sutherland (1873-1954), osteopata americano, que descobriu e desenvolveu a teoria de que o crânio tem a capacidade de se dilatar e contrair.
Ainda estudante, Sutherland teve uma intuição, ponto de partida de todas as pesquisas e descobertas que faria futuramente.
Todas as manhãs para ir para a sala de aula, ele atravessava corredores onde eram expostas mostras anatómicas, sendo a sua atenção atraída por um crânio, que lhe pareceu particularmente interessante.
Ele disse mais tarde: “Contemplando os ossos do crânio eu fiquei atento para os biséis das superfícies articulares do temporal, de repente pensei que essas superfícies, tal como os ouvidos dos peixes, poderiam ter um mecanismo respiratório”. Contudo, a ideia de mobilidade dos ossos do crânio pareceu-lhe louca naquele momento e queria tirá-la da sua cabeça, mas não conseguiu.
Ele fez esta comparação: “O tronco de um carvalho conserva um certo grau de flexibilidade até o momento em que ele se torna lenha sem seiva. Poderemos dizer a mesma coisa da flexibilidade do crânio, desde que a vida ainda esteja presente. O nosso hábito de ver e estudar os ossos secos de laboratório faz‑nos esquecer que o osso vivo, mesmo o mais sólido, tem flexibilidade”.
Sutherland pesquisou sobre o seu próprio crânio. Com ajuda da sua mulher, ele fez várias experiências para perceber, ele próprio, os movimentos do sistema ósseo.
Foi assim que ele experimentou e entendeu como se podiam repercutir no organismo as anomalias mecânicas cranianas adquiridas depois de um traumatismo, mesmo sem gravidade e muitas vezes esquecido até para o próprio paciente. O bom conhecimento que tinha dos mecanismos anatómicos fez com que ele começasse a entender como corrigir as lesões, elaborando com isso a maioria das técnicas de correção ainda em uso nos dias de hoje.
Foi só em 1929, que Sutherland decidiu divulgar as suas descobertas. Contudo, desde o início encontrou uma total rejeição frente aos seus colegas: a ideia de que os ossos do crânio se poderiam mover era contrária à crença anatómica contemporânea.
Nesse período, ele continuou as pesquisas e descobriu o imenso benefício que podia trazer a aplicação dessa técnica para as crianças: o crânio infantil é muitas vezes agredido ou gravemente lesado no momento do parto e na primeira infância.
O seu trabalho passou a ser então a fonte de uma nova aproximação e de muita eficácia no tratamento das crianças. Para poder estudar mais profundamente os problemas clínicos das crianças e das soluções cranianas, ele solicitou entrada nos serviços pediátricos. “Isso permitiu fazer algumas consultas inesperadas com crianças em depressão profunda, espasticidade, hidrocefalia, paralisia cerebral, atraso mental. Em todos esses casos, o Dr. Sutherland fez valer a sua perspicácia diagnóstica e de volta recebia muitos dados clínicos de grande valor. Em muitos casos, ele conseguiu evitar o internamento em instituições especializadas, graças aos resultados salutares obtidos com o tratamento osteopático“.
Em 1946, foi fundada a Associação de Osteopatia Craniana. Essa criação fez passar o conceito craniano ao domínio das técnicas osteopáticas reconhecidas. A partir daí, o ensino do conceito craniano e o desenvolvimento da pesquisa não pararam mais.
Mais recentemente, o grande investigador, dinamizador e divulgador da Terapia Sacro-craniana foi o médico e osteopata americano John E. Upledger (1932-2012).
Nos anos 70, o Dr. John E. Upledger, durante uma cirurgia para remoção de uma placa de cálcio depositada na meninge dura-máter numa vértebra cervical, observou a pulsação rítmica desta meninge que teimosamente dificultava a cirurgia.
Esse movimento rítmico que na época ninguém lhe soube explicar, levou-o a pesquisar, a investigar e a desenvolver a base científica do sistema sacro-craniano, do seu funcionamento e das formas do seu tratamento, dando assim sustentabilidade à Terapia Sacro Craniana.
Entre 1975 e 1983, enquanto professor de biomecânica na Universidade de Michigan, iniciou vários estudos científicos intensivos com um grupo de investigadores, para identificar aquela misteriosa pulsação rítmica. Tal como a ideia primeiramente apresentada nos anos 30 pelo Dr. Sutherland, John E. Upledger concluiu que os ossos cranianos não estão fundidos, mas antes, se movem subtil e ritmicamente, como parte de uma importante função fisiológica.
Desta forma ele acabou por se aperceber da importância do líquido céfalo-raquidiano e do seu movimento rítmico para todo o funcionamento e saúde do sistema nervoso central e dessa forma para a saúde de todo o corpo.
A sua investigação levou-o a medir o movimento dos ossos cranianos. Ele conseguiu mostrar que esse movimento correspondia ao movimento do líquido céfalo raquidiano o qual se propaga, dentro das meninges, desde o crânio até ao sacro. Esse movimento rítmico é chamado de ritmo sacro craniano.
O líquido sacro-craniano protege o cérebro contra golpes, nutrindo e ajudando nos movimentos dos ossos cranianos, além de através dele serem transmitidas informações para todo o corpo. Este líquido ativa a circulação venosa e linfática, sendo também muito importante para a formação de endorfinas (hormonas da felicidade) e outros importantes neurotransmissores. No crânio não existem músculos, competindo ao líquido céfalo-raquidiano realizar a mesma função que os músculos do corpo. O cérebro necessita da maior parte do oxigénio absorvido pelo organismo (quase 60%), assim como de muitos açúcares, sendo o movimento do líquido céfalo-raquidiano muito importante neste processo de oxigenação.
Durante o movimento da respiração, os ossos do crânio aproximam-se e afastam-se criando um ritmo craniano. Pelo que a prática de exercícios de respiração (ioga, meditação, etc.), favorece o ritmo craniano e, por consequência, a oxigenação cerebral.
Os problemas originados pela falta de ritmo craniano podem ter a sua origem no próprio nascimento, originando a médio prazo, dislexia e dificuldade de aprendizagem. Um ritmo craniano deficiente pode provocar problemas na hipófise achatando-a.
As investigações de John E. Upledger mostraram que “tensões” na livre movimentação dos ossos cranianos criavam problemas (patologias) que deixavam de existir quando se corrigiam essas “prisões” ou disfunções dos ossos cranianos. Mais, ele viu que muitas dessas “prisões” dos ossos cranianos se deviam há falta de elasticidade das meninges que se encontram por baixo deles e que estão a proteger o sistema nervoso e que uma vez essa falta de elasticidade corrigida, tudo voltava a ter um funcionamento normal.
Sabendo-se que os nervos passam através das meninges e dos ossos cranianos para irem enervar todo o nosso corpo, compreende-se que qualquer bloqueio ao livre movimento dos ossos cranianos ou das vértebras afecta o sistema sacro craniano comprometendo não só o sistema nervoso central mas também as meninges e como tal afectando a passagem dos nervos e a comunicação do sistema nervoso com todo o nosso corpo e com todos os nossos órgãos acabando em ultima instância por provocar disfunções no corpo e nos órgãos.
A Terapia Sacro Craniana é uma terapia que não visa só tratar e corrigir o sistema sacro craniano mas também o resto do corpo pois ele pode estar na origem de disfunções e alterações do sistema sacro craniano. Se o sistema sacro craniano não estiver a funcionar convenientemente, o sistema nervoso e o corpo acabam por reagir negativamente acabando por criar e desenvolver patologias (doenças) que só serão completamente corrigidas quando as suas causas também o forem.
Esta é uma terapia que pode ser aplicada isolada ou em complementaridade com outras, onde aí os resultados serão maiores. Ela tanto pode ser usada como acção preventiva nas pessoas saudáveis para prevenir e para reforçar todo o sistema e todo o corpo “relaxando-os” e eliminando os efeitos negativos do stress ou ser usada como acção terapêutica por pessoas com problemas de saúde.
A Terapia Sacro Craniana é cada vez mais usada como terapia preventiva por ser benéfica no apoio e reforço às resistências naturais contra as doenças e é eficaz numa grande variedade de problemas médicos associados à dor e à disfunção, incluindo:
– Enxaquecas,
– Dores de cabeça,
– Disfunções do sistema nervoso central
– Problemas generalizados nas crianças
– Dificuldades na aprendizagem
– Fadiga crónica, dificuldades emocionais
– Problemas relacionados com stress
– Fibromialgia
– Disfunções têmpora-mandibulares
– Disfunções neuro-vasculares e do sistema imunitário, etc.
A terapia Sacro Craniana está assim indicada em qualquer faixa etária e raramente tem contra indicações. Em doentes de idades mais avançadas esta terapia pode melhorar a mobilidade funcional e proporcionar mais energia.
O CHILL OUT sugere-lhe por isso, a conjugação da Massagem de Relaxamento (corpo inteiro) com a Terapia Sacro-craniana.
E… sinta-se nas nuvens!
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A conjugação da massagem com a terapia sacro-craniana, permite alcançar níveis de relaxamento profundos!
Muitas vezes, o cliente adormece no final da sessão….
Quando tal acontece, é…. simplesmente fantástico, pois temos a certeza de que corpo e mente receberam efetivamente aquilo que necessitavam!