A-singularidade

És singular a partir do momento em que desistes de seguir modelos ou ídolos, desistes de copiar, de imitar, de citar, enfim desistes de desejar ser outro senão tu mesmo.

Quando isso acontece, tens finalmente condições para te virares para ti mesmo, e aí, ha! aí é que começa a grande aventura.

sim, aventura, descoberta…

Por que julgas que te conheces? mas sabes tão pouco de ti.

Desconheces a tua grandeza, ignoras ou camuflas tua pequenez e esforças-te tanto, tanto para seres algo que não és, nem nunca serás. E o motivo é simples: Ninguém é igual a ninguém! e é essa verdade que faz deste universo uma criação tão singular e divina.

Já reparaste que quem está verdadeiramente vocacionado a realizar algo que se encontra na conformidade do Propósito tem quase sempre uma tendência à resistência e negação, numa fase inicial?: “O quê? Eu fazer isso eu? não, não pode ser, não entendo nada disso, ou ….”

Por outro lado, outros perseguem essa mesma realização e nunca a alcançam, pelo menos não num nível satisfatório.

E por que é assim?

Porque o primeiro não busca ser nada do que vislumbra fora de si, não segue modelos, nem partidos, nem clubes, nem mestres ou gurus, e por aí fora…

Esse primeiro é verdadeiramente um espírito livre e singular. Então vai ter de ser “convencido” pelos sinais que a Inteligência que favorece a que todos os Propósitos se cumpram lhe vai enviar, para encorajá-lo a olhar um pouco mais atentamente para dentro de si, com um pouco mais de atenção. E aí, ele vai verificar qual efectivamente é seu caminho.

O Propósito veio ao seu encontro e ele seguiu-o pelo reconhecimento dessa verdade dentro de si, mas nunca o perseguiu, nunca o desejou por vê-lo realizado em outros.

O segundo faz o contrário e por isso se perde no grande equívoco. Confunde Propósito com ambição. Quer uma realização que vê no outro e persegue-a. Mas isso é um erro fatal. Fatal porque representa a morte do Eu. Tentar ser outro é matar o Eu, é negá-lo, ignorá-lo, humilhá-lo. É vesti-lo com roupas que nunca lhe cairão bem, porque foram feitas para outro corpo.

E nesse processo de morte, perdes tempo, perdes oportunidade, perdes possibilidade de te descobrires.

Assim, transformas-te nessa amálgama disforme que resulta da mistura de ti e dos outros, tudo sobreposto, tão confuso, tão caótico que o brilho das tuas verdadeiras cores, a harmonia das tuas verdadeiras formas e o acto das tuas realizações ficam remetidas lá bem para o fundo de todas essas camadas.

Com isto, o mundo perde a oportunidade de se maravilhar com a tua verdadeira SINGULARIDADE.

Autor: Mónica Guimarães

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